quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Os Cavalos Brancos de Napoleão


Acordei com esse texto do Caio Fernando na cabeça... Presságio? Resolvi postar pra exorcizar... Adoro exorcismos! rs

OS CAVALOS BRANCOS DE NAPOLEÃO

Para Graça Nunes

A princípio os cavalos eram mansos. Inofensivos como moças antigas fazendo seu footing na tarde de domingo. Foi só depois de certa convivência, ganhando intimidade, que começaram a tornar-se perigosos, passando da mansidão à secura e da secura à agressividade. Quando isso aconteceu, já tudo estava perdido. Na verdade talvez estivesse desde sempre, pois convenhamos, ver cavalos, e ainda por cima brancos -não é muito normal. E quem sabe a doçura do início fosse apenas um estratagema: se de imediato os cavalos tivessem se mostrado como realmente eram, é provável que Napoleão não os recebesse. E onde eles, pobres cavalos brancos rejeitados, encontrariam outro alguém para seduzir e atormentar? Outra hipótese é que não teriam sido propriamente um mal: Napoleão os teria trazido consigo, latentes, desde o útero materno, e só de repente vieram à tona. Como se aguardassem circunstâncias mais propícias para atacar. Pois eram inteligentes. E prudentes, também.

Antes, antes de tudo, Napoleão era advogado. Carregava consigo um sobrenome tradicional e as demais condições não menos essenciais para ser um bom profissional. Sua vida se arrastava juridicamente, como se estivesse destinado à advocacia. Em sua própria casa, à hora das refeições, todos dias sempre se desenrolavam movimentadíssimos julgamentos. Dos quais ele era o réu. Acusado de não dar um anel de brilhantes para a esposa nem um fusca para o filho nem uma saia maryquantiana para a filha. Eventuais visitas faziam corpo de jurados, onde às vezes colaboravam criados mais íntimos, sempre concordando com a esposa, promotora tenaz e capciosa. Treinado desse jeito, diariamente e com a vantagem de estar na doce intimidade do dulcíssimo lar, não era de admirar que fosse advogado competente. Sobretudo, experiente. Entre papéis de defensor e acusado, dividia-se em paciência. Nome nos jornais, causas vitoriosas, vezenquando faziam-no sorrir gratificado, pensando que, enfim, nem tudo estava perdido, ora. Mas estava. Embora ele não soubesse. Ou quem sabe estava tudo achado e não perdido, de tal maneira estão bem e mal interligados? O fato é que ele não sabia. Não sabendo, não podia lutar. Não podendo lutar, não podia vencer. Não podendo vencer, estava derrotado. Um derrotado em potencial, pois ele viu pela primeira vez.

Deu-se nas férias, na praia, quando olhou para as nuvens. E o fato de ter visto exatamente cavalos ainda mais exatamente, brancos - talvez tivesse mesmo a ver com seu nome, como mais tarde insinuaram os psiquiatras. Se se chamasse Ali ou Mustafá, provavelmente teria visto camelos? Ou touros, se seu nome fosse Juan ou Pablo? Mas na primeira visão isso não teve importância. Simplesmente viu, com a simplicidade máxima que há no primeiro movimento do ato de ver. Tão natural achou que cutucou a esposa deitada ao lado, apontando, olha só, Marta, cavalos brancos nas nuvens. Não havia espanto nem temor nas suas palavras. Apenas a reação espontânea de quem vê o belo: mostrar. Marta disse não enche, Napoleão, coisa chata cutucar com este calor.

Como ele insistisse, afastou os raybans e deu uma espiada. Achou que as nuvens tinham mesmo certo jeito de cavalos. Tranqüilizada, passou um pouco mais de bronzeador argentino nas coxas. O que ela não percebia é que os animais estavam além (ou aquém) das nuvens. E entre elas passavam, ora galopantes, ora trotando, uma brancura, uma pureza tão grande equinidade absoluta nos movimentos. Tanta que Napoleão piscou, comovido. E começou a afundar. Porque ver é permitido, mas sentir já é perigoso. Sentir aos poucos vai exigindo uma série de coisas outras, até o momento em que não se pode mais prescindir do que foi simples constatação. Em breve os cavalos se diluíram no azul. Napoleão voltou à sua Agatha Christie.

Nesse dia, nuvens dissipadas, no céu de um azul sem mágoa não havia mais espaço para os cavalos. Só no nublado da manhã seguinte eles voltaram a aparecer. Desta vez, já com o egoísmo de quem intui que a coisa começa a significar, Napoleão não quis dividi-los com ninguém. Afundou neles, corpo despregado da areia, levíssima levitação, confundindo-se com as nuvens, tão macias as carnes reluzentes, as crinas sedosas, os cascos marmóreos, relinchos bachianos brotando das modiglianescas gargantas, ricos como acordes barrocos. Estendeu as mãos para tocá-los, mas eles se esquivaram pudicos e desapareceram. De volta à areia, Napoleão olhou com certa superioridade para a esposa, achando-a vulgar naquela falsa moreneza tão oposta à brancura dos cavalos.

Começou a cultivá-los. Percebendo-os tímidos, passou a fazer longas caminhadas solitárias pela praia. Percebendo-os líricos, escolheu a hora do pôr-do-sol para seus furtivos encontros. E eles vinham. Agora se deixavam afagar, focinhos abaixados com sestro e brejeirice. Variavam em quantidade, nunca de cor. Como moças-de-respeito, jamais o encontravam sozinhos, embora, imaculadamente brancos. Brancos ou brancas? Éguas ou garanhões? Na verdade Napoleão jamais saberia especificar-lhes o sexo. E que importância tinha? Embora apaixonado, não pretendia dormir com eles(as), portanto era indiferente sua sexualidade. Afagava-os como afagaria uma rosa, vivesse metido em jardins ao invés de tribunais. Como antigos vasos de porcelana, tapetes persas, preciosidades às quais apenas se ama, na tranqüilidade de nada exigir em troca. Tranqüilo, então, ele os(as) amava. Voltava banhado em paz, rosto descontraído, sorrindo para os animais alojados no fundo de suas próprias pupilas. Mulher, filhos, criados, visitas, vizinhos surpreendiam-se ao vê-lo crescer dia a dia em segurança e força. Os habituais júris não mais o perturbavam. Pairava agora infinitamente acima de qualquer penalidade ou multa. Tanto que a esposa chegou a pensar seriamente em perguntar-Ihe: o que é a Verdade? Pois dessa nem Cristo escapara ileso. Calou - um pouco por ser demasiado católica, medrosa do sacrilégio, mas principalmente por senti-lo ainda além daquela pergunta, embora, orgulhosa, não o confessasse a si mesma.

Voltando à cidade, fim de férias, ele temeu que os cavalos o tivessem abandonado. Realmente, durante dois dias eles desapareceram. Napoleão esqueceu júris, processos, representações, dedicado somente à ausência dos amigos, ponto branco dolorido no seu taquicárdico coração. Fez então o primeiro reconhecimento: eles haviam assumido vital importância. Não podia mais viver sem os cavalos. Dessa certeza, partiu para uma segunda: eram a única coisa realmente sua que jamais tivera em toda a vida.

Mas eles voltaram. Entraram pela janela aberta do tribunal num dia em que ele estava especialmente inflamado na defesa de um matricida. A princípio ainda tentou prosseguir, fingiu não os ver, traição, opção terrível, entre o amor e a justiça, como na telenovela a que sua mulher assistia. Eles não estavam doces. Depois de entrarem pela janela, instalaram-se ríspidos entre os jurados. De onde observavam, secos, inquisidores. Sem sentir, Napoleão começou a falar cada vez mais baixo, mais lento, até a voz esfarelar-se num murmúrio de desculpas, em choque como murmúrio de revolta crescendo dos parentes do réu. Napoleão olhou ansioso para os cavalos, que não fizeram nenhum gesto de aprovação ou ternura. Rígidos, álgidos: esperavam.

O quê? foi a pergunta que ele se fez em pânico escavando o cérebro. Sem resposta, manteve-se encolhido e quieto até o final do julgamento. Estariam zangados?
Por que oh meu Deus, por quê? Mesmo assim acompanharam-no até a porta de casa instalados no banco traseiro do automóvel. Mudos. Napoleão entrou devagar na sala quase escura, criados indecisos entre aproveitar a luz mortiça do entardecer ou acender a luz elétrica. Confuso, enterrou a cabeça nas mãos. Nesse instante, a luz acendeu e um amigo, também advogado, entrou acompanhado de Marta.

AMIGO (carinhoso e complacente) - Não há de ser nada, Napoleão. Isso acontece até com os melhores. Você não deve se desesperar. As coisas voltam a ser como antes.
MARTA (pousando a mão no ombro de Napoleão) - Afinal, foi a primeira vez, meu bem.
NAPOLEÃO (encarando-os, agradecido) –Vocês viram, então? Viram? Ah, eu não sei como explicar. Parecia tudo tão bem, tão completo. Eu não entendo o que houve.
AMIGO - Isso acontece, Napoleão.
MARTA- Não se desespere, querido.
AMIGO - Você não teve culpa.
MARTA - Você estava nervoso.
NAPOLEÃO (obsessivo) - Mas vocês repararam na atitude deles? Repararam mesmo?
AMIGO (conciliador) - Natural que ficassem revoltados, Napoleão. Afinal, são parentes, clientes, pagaram os tubos. Queriam um serviço bem feito.
MARTA- Claaaaaro. E, enfim, o cara pegou só sete anos. Não é tanto assim, você pode apelar, pedir o tal de habeas-corpus.
NAPOLEÃO (erguendo-se brusco da poltrona) - Parentes? Clientes? Réu? Habeas-corpus? Mas eu estou falando é dos cavalos, entendem? Dos cavalos, caralho! Os parentes, os réus, os jurados, que se fodam, entendem? Que se fodam. Sem vaselina! O que me interessa são os cavalos!

Marta e o amigo se surpreenderam. E revezaram-se em desculpas, a cólera de Napoleão crescendo, meu Deus, ficou perturbado com o fracasso, Maria, traz um copo d'água, o coração, Napoleão, olha o infarto, uma aspirina, minha filha, calma, Napoleão, pelo amor de Deus, criatura!

Acalmou-se. Pelo menos até os cavalos voltarem, no dia seguinte. Ainda indiferentes remotos. A ira cresceu de novo, medo de perder seu único motivo, seu único apoio. Chamaram o médico. Deu-lhe injeções, calmantes, barbitúricos. Entre períodos de inércia e desespero, Napoleão se dividia. Veio psiquiatra. Devassou a sua vida, fazendo-o corar de vergonha e raiva e indignação. Nunca pensou em dormir com sua mãe? Já teve relações homossexuais? Em caso afirmativo, ativas ou passivas? Já pensou em estrangular a sua esposa? E em dormir com sua filha? Que sensação experimenta quando está defecando? Gosta de sentir dor? Em caso afirmativo, provocada por homem ou mulher?

Complexos de Édipo, Orestes, Agamemnon, Jocasta, Hipólito, Ifigênia, Prometeu, Clitemnestra - toda a mitologia grega foi colocada em função de sua doença. Em apenas dois dias, foi obrigado a ler toda a obra de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes para descobrir quando devia ou não se ofender. Rótulos como sadomasoquista, pederasta, esquizofrênico, paranóico, comunista, ateu, hippie, narcisista, psicodélico, maconheiro, anarquista, catatônico, traficante de brancas (ou brancos?) foram-lhe impostos sucessivamente pelos psicanalistas.

Paciente, passivo, aceitava tudo sem sequer tentar compreender. Da psicoterapia individual passou à de grupo, e desta ao psicodrama, sonoterapia, eletrochoques - submetendo-se inclusive a um novíssimo método: a cavaloterapia, criado especialmente para ele.

Consistia em permanecer durante duas horas diárias no meio de cavalos reais. Exclusivamente pretos, e os mais cavalares possíveis, isto é, malcheirosos, despudorados, arrogantes, etc. Nada conseguia curá-lo. Passava de psicólogo a psiquiatra, a psicanalista; de sanatório a casa de saúde, a hospício. E nada. Enquanto isso, os cavalos mostravam-se cada vez mais agressivos, chegando mesmo à ousadia de investir contra ele. Melancólico, chorava noites inteiras, buscando explicações para a atitude cada vez mais inexplicável de seus antigos companheiros. Os psiquiatras, a esposa, os filhos, os criados, os colegas - todos cresciam em exigências, magoando-o com dúvidas e perguntas suspeitas. Napoleão diminuía em ânimo e saúde. Nervos à flor da pele, recusava-se a comer ou beber e, nos últimos tempos, inclusive em responder às perguntas dos analistas.

Numa noite, deu-se o desfecho. Que, aliás, se armara inevitável desde o princípio. Mais arde, os enfermeiros comentaram terem ouvido risos, segundo alguns, ou lágrimas, segundo outros. Mas ao certo mesmo, ninguém ficou sabendo como Napoleão morreu. Quando o médico entrou no quarto pela manhã, deparou com o corpo dele rígido sobre a cama. Parada-cardíaca-provocada-por-inanição, atestou logo entre alívio e piedade. Mandou chamar a esposa, filhos, colegas, criados, que vieram em tardias lágrimas inÚteis. Sobre a mesinha de cabeceira, em tinta azul, ficava sua última (ou talvez primeira) exigência. Queria ser conduzido para o cemitério num coche puxado por sete cavalos. Brancos, naturalmente. Foi. Culpada, a esposa gastou no enterro quase todo o seguro prévia e prudentemente feito. Sete palmos, Napoleão foi enterrado. Tivessem aberto o caixão, talvez notassem qualquer coisa como um vago sorriso transcendendo a dureza dos maxilares para sempre cerrados. Ninguém abriu. Tempos depois o zelador espalhou pelas redondezas que vira um homem estranho, nu em pêlo, cabelos ao vento, galopando em direção ao Crepúsculo montado em amáveis cavalos. Brancos, naturalmente.
Caio Fernando Abreu

domingo, 27 de julho de 2008

Tudo Vira Bosta

Tudo Vira Bosta
Rita Lee

O ovo frito, o caviar e o cozido, a buchada e o cabrito
O cinzento e o colorido, a ditadura e o oprimido
O prometido e não cumprido e o programa do partido
Tudo vira bosta...
O vinho branco, a cachaça, o chope escuro, o herói e o dedo-duro
O grafite lá no muro, seu cartão e seu seguro
Quem cobrou ou pagou juro, meu passado e meu futuro
Tudo vira bosta...
Um dia depois não me vire as costas
Salvemos nós dois, tudo vira bosta...
Filé 'minhão', 'champinhão', 'Don Perrinhão', salsichão, arroz, feijão
Mulçumano e cristão, a Mercedes e o Fuscão
A patroa do patrão, meu salário e meu tesão
Tudo vira bosta...
O pão-de-ló, brevidade da vovó, o fondue, o mocotó, Pavaroti, Xororó
Minha Eguinha Pocotó, ninguém vai escapar do pó
Sua boca e seu loló, tudo vira bosta...
Um dia depois não me vire as costas
Salvemos nós dois, tudo vira bosta...
A rabada, o tutu, o frango assado, o jiló e o quiabo
Prostituta e deputado
A virtude e o pecado
Esse governo e o passado
Vai você que eu 'tô cansado'
Tudo vira bosta...

(desculpem o sumiço e o humor negro, mas isso era interessante demais para passar em branco.)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Não dê bobeira em PCs públicos


Época de férias e uma multidão procura lan houses, cibercafés ou telecentros para acessar a internet longe de casa. A comodidade de usar a web nesses locais, contudo, pode custar caro para quem não toma cuidado. Bandidos virtuais estão à espreita, loucos para aproveitar uma distração e dar um golpe. O estudante Pedro Augusto de Souza Bergamo, de 17 anos, poderia muito bem ter se tornado uma vítima dos larápios na semana passada. Escapou, graças ao Link.Para mostrar o perigo de usar a rede em espaços públicos, a reportagem visitou uma lan house bem fuleira no centro de São Paulo e outra ultramoderna na região dos Jardins, na zona sul. Nessa última, não deu pra descobrir os dados de nenhum usuário. Já na primeira, que cobra R$ 1 por meia hora, nem foi preciso fazer força. Pedro havia acessado a web ali. Entrou no Orkut, leu e-mails e bateu papo no MSN. “Acabou o tempo sem eu perceber”, conta. Uma tela com o logotipo do estabelecimento surgiu no monitor. O estudante foi embora, certo de que o sistema tinha apagado seus dados. Estava enganado.Por coincidência, o Link usou o mesmo PC logo depois de Pedro sair. E estava tudo exatamente do jeito que ele tinha deixado. O MSN continuava conectado, inclusive com uma janela de conversação aberta. Com um clique no mensageiro instantâneo dava para entrar na caixa postal de e-mails do rapaz. O navegador continuava aberto no Orkut, na página pessoal do estudante. Dava até pra ver os perfis e comunidades que tinha visitado minutos atrás. “Agora vou fechar tudo antes de o tempo acabar”, garante.Uma pessoa mal-intencionada poderia ter trocado todas as senhas em segundos. Não só isso. Conseguiria se passar por ele no MSN, no Orkut e no Hotmail e transformar a vida do estudante num inferno, criando intrigas com seus amigos virtuais ou manchando sua reputação. Também ganharia um bom dinheiro se usasse as três contas para disparar um monte de propagandas indesejadas – os insuportáveis spams – para milhares de internautas. Pedro aprendeu a lição e pode ficar tranqüilo – o Link eliminou os rastros dele do PC da lan house.Se você bobear, pode não ter a mesma sorte. Mas não se estresse. Assim como não deixamos o estudante na mão, vamos mostrar quais são as precauções que você precisa tomar quando quiser acessar a web em uma lan house, em um cibercafé ou em um telecentro. Antes de mais nada, é preciso conhecer os seus inimigos. Existem pelo menos cinco tipos bastante perigosos de criminosos virtuais que atuam em pontos públicos de acesso à internet – cada um com uma maneira diferente de agir.O primeiro deles é o ladrão hi-tech. Esperto, quer roubar a senha da sua conta bancária de qualquer maneira. Para isso, costuma instalar programas espiões, os keyloggers, em computadores desprotegidos. Esses softwares registram tudo o que a pessoa digita no teclado. Os keyloggers também podem entrar em um PC quando um usuário descuidado clica em um e-mail contaminado que parece vir de um amigo ou uma empresa conhecida, o phishing scam.O segundo “elemento” ameaçador, o pedófilo, costuma abusar de crianças e adolescentes. Geralmente discreto, usa o ambiente da lan house, cibercafé ou telecentro para fazer-se de “amigo” e se aproximar da vítima. Depois, aproveitando-se da ingenuidade infantil, marca encontros em outros lugares. Também pode vasculhar PCs públicos à procura de endereços de e-mail ou perfis de jovens em comunidades virtuais, deixados no micro por descuido.O terceiro tipo de bandido é o spammer, aquele cara que ganha dinheiro principalmente lotando a caixa de e-mails dos outros com propagandas. Para ele começar a lucrar, basta que encontre endereços de correio eletrônico deixados nos micros. E isso é muito fácil quando o local não tem um bom sistema de segurança e o usuário não toma o cuidado de apagar seus rastros. Na lan house fuleira visitada pelo Link, bastaram alguns minutos em três PCs para encontrar os e-mails de seis pessoas.O “engraçadinho” também integra o grupo de criminosos virtuais que ronda os centros públicos de acesso à rede. Gosta de pregar peças em usuários incautos, que, como o estudante Pedro, deixam abertas as contas de e-mail, não desconectam o mensageiro instantâneo e não clicam em “Sair” depois de acessar uma comunidade virtual. Em alguns casos, também pode instalar keyloggers nas máquinas para obter esses dados. Daí, finge ser a pessoa e causa desavenças com os contatos virtuais, entre outras traquinagens sem graça.Último da lista, o fofoqueiro tem uma peculiaridade em relação aos seus colegas malfeitores: geralmente é uma pessoa conhecida, que não vai muito com a cara da vítima. Para espalhar boatos, tenta usar o mesmo micro de seu desafeto logo em seguida e, de olho em algum descuido, consegue descobrir e-mails pessoais comprometedores ou até conversas de chat mais picantes. Então, sai espalhando tudo por aí.Um nível alto de segurança numa lan house, cibercafé ou telecentro pode reduzir muito a possibilidade de infratores agirem. Por isso, verifique se os micros do local têm antivírus e antispyware (software que elimina programinhas espiões) atualizados. Mais importante ainda: confira se o PC apaga os dados do usuário assim que termina o tempo de uso, ou se o micro faz isso toda vez que o usuário reiniciar a máquina. Além disso, tome alguns cuidados ao navegar, bater papo ou usar senhas (leia textos abaixo). Fique de olho aberto e, se notar qualquer atitude suspeita, denuncie.

Maurício Moraes e Silva

(Aiai neh... vo nem comentar por que to postando isso aki!)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Roteiro para uma performance...

Eu já postei isso no meu fotolog uma vez, mas como isso aqui está jogado às moscas resolvi "re-postar", talvez pela fase meio psicótica que estou... rs É só um roteiro de uma performance que pensei fazer a alguns anos...

Andei deixando a mente vagar... e me veio uma idéia a partir de uma declaração de uma amiga... eis o meu roteiro pra uma performance:


Entrarei ao som das 4 Estações de Vivaldi... Num palco todo branco, eu vestida de branco (uma camiseta e uma calça, descalça, pés no chão, cabelos presos, óculos escuros)...

No palco estará a minha espera numa bancada uma galinha, dessas de granja, branquinha e gorda...

De repente eu olho bem nos olhos da galinha tiro os óculos, me viro pra platéia, faço a oração árabe:

“Que as pulgas de mil camelos, enlouquecidas pelas areias quentes do sol escaldante do deserto do Saara, infestem o meio das pernas daquele que ousar perturbar o meu dia. E que seus braços sejam curtos demais para se coçar. Que cocem suas partes pudentas num cáctus eternamente! Amém!"

A luz do palco se transforma... escurece tudo... descem velas acesas no palco e começa a tocar Carmina Burana...

CARL ORFF - CARMINA BURANA


Eu pego a galinha e arranco a cabeça dela com as mãos, arranco as penas dela com um ar bem tranquilo e sereno, olhando pra platéia.. (se a galinha cacarejar alto antes de ser decapitada e ficar contorcendo o corpo agonizando antes de morrer enquanto eu a depeno melhor ainda...). Pego a cabeça decapitada da galinha e olho c um ar blasé e canto: Você foi! O melhor dos meus planos e o maior dos enganos que eu pude fazer...

Depois disso o palco fica a meia luz, eu apago as velas do palco numa dança contemporânea fazendo o jogo de contato com o corpo da galinha na mão, toda banhada em sangue, e me viro bem a frente do palco, na boca de cena, olhando pra platéia digo filosófica e proféticamente:

"Nesse mundo, tudo é fake... a vida é sangue, suor e lágrimas... é isso o que eu quero..."

e saio do palco ao som de uma cantiga de ninar...

fecham-se as cortinas...
apagam-se as luzes...
o público emocionado chora copiosamente...
o faxineiro do teatro não se contém e derrama lágrimas ao ver esse espetáculo vanguardista e contemporâneo (tudo ao mesmo tempo...)

Quando todos pensam que o espetáculo terminou, entram Stéf-Shinigami e Chicken-Mafagafo-San fazendo uma dança pout-pourri-cover-performática do Path and Stanley, Thriller e Start me Up, com todos os elementos do Clip do Michael Jackson (inclusive máquina de fumaça!) e expressões faciais do Mick Jagger em cena. Após essa apresentação surreal volto ao palco e digo: essa minha performance, dividida aqui com meus amigos, foi inspirada em minhas experiências orkutianas... muito obrigada amigos, sem vocês nada disso teria sido realizado...

Recebemos rosas vermelhas no palco, sob as palmas da platéia...

Obrigada... obrigada...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

DARTH VADER

Na verdade eu queria só colocar a música aqui porque estava mais uma vez na minha crise de pesquisas aleatórias na internet e procurei imagens do Darth Vader... Engraçado q eu nunca assisti Star Wars por completo nem uma vez. E sou completamente apaixonada pela música do Darth Vader... e pela figura dele tb! rsrsrs Fala a verdade, ele é um tipão! rs
Fiz a pesquisa, e depois de algumas horas consegui descobri como colocar a música em um post do blog sem ela ficar tocando (porque eu odeio quando abro aqueles blogs que ficam tocando aquelas musiquinhas murrinhentas o tempo todo, principalmente porque elas tocam quando você tá navegando clandestinamente na net sem que seus chefes vejam...)
Darth Vader é tido como o maior vilão da história do cinema do século XX e um favorito dentre muitos personagens de vários universos diferentes.
Um comentáriozinho: Satan Goss, o grande vilão da série Jaspion é considerado por muitos como "o Darth Vader japonês" devido à sua similaridade com Darth Vader.

Darth Vader
Posição: Comandante-em-chefe das Forças do Império Galáctico, Lorde Negro dos Sith
Espécie: Humano (Episódio III), ciborgue (episódios III-VI)
Gênero: Masculino
Afiliações: Império Galáctico, Sith
Armas: Lado Negro da Força, Sabre de luz vermelho

Taí!
Este é o Satan Goss e não é que ele parece mesmo com o Darth Vader?


Mais uma dele porque merece! Com o Sabre de Luz Vermelho

Tema do Dart Vader:
John Williams - Imperial March


Que a força esteja com você!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Felicidade e um buquê de girassóis

"Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica."
Os Dragões não conhecem o paraíso - Caio Fernando Abreu.

Primeiro achava que quando crescesse seria feliz. Cresceu. Achou que talvez quando saísse da escola infantil seria feliz então. E foi para a o ensino fundamental. Começou a pensar que era problema de criança, e na adolescência tudo mudaria. "Adolesceu"... No convívio com as belíssimas amigas sempre bem vestidas e impecavelmente na moda e mostrando insistentemente o quanto ela era ridícula, cafona e patética andando fora da moda e com o cabelo pixaim que nunca tinha visto uma escova ou prancha, sem uma maquiagem nem um salto nos pés, descobriu que alí com aquelas monstras não seria feliz. Talvez quando alguém gostar de mim assim ou estudar a noite. Namorou e estudou a noite. "Quando me formar, serei feliz", insistiu. Formou-se em contabilidade, apesar de querer informática e web design... Quando começar a trabalhar vai ser diferente. E trabalhou, e trabalhou, e trabalhou, trabalhou, trabalhou, trabalhotrabalhotrabalhotrabalhotrabalho... Dormia no horário do almoço, engolia a comida no horário que sobrava, corria para o trabalho "eu moro só a cinco minutos daqui, não será necessário vale transporte". Decididamente, não, não, não era aquilo. Precisava ser feliz. Decidiu se casar. Casou. Agora eu vou ser feliz, vou ser feliz, vou ser feliz, ser feliz, ser feliz feliz feliz feliz... insistia consigo como num mantra, entorpecente, alucinógeno, tentando convencer a si mesma... vou ser feliz. Vou ser quando tiver um filho. E não teve o primeiro. E pensou que não seria feliz. Veio o segundo. E foi quase feliz. Quando eu trabalhar novamente vou ser feliz, já tenho casa, marido, filho, é o que falta. E trabalhou novamente, e trabalhou em outros lugares, e foi doceira, secretária, sacoleira, atendente, boleira, bordadeira, vendendora, animadora de festa, babá, babá de cachorro, fazia pesquisas para os colegas, dava aulas particulares, i can, i can, i can't get no satisfaction... Fez terapia de grupo, resolveu fazer teatro. Virou profissão. E ainda assim não veio. Internet, mil e-mails, milhares de contatos, amigos, amores, vidas... Não, virtual demais. A felicidade era concreta, tinha certeza e ia ver, ia sentir, ia ter a qualquer custo. E viajou, e procurou, e tentou desesperadamente até que se desesperou: não existe! É impossível, é intocável, não é pra mim, não me pertence, não me quer, não posso ter, não me quer, não me quer. Foda-se. Passa os dias olhando pela janela os pobres mortais lá embaixo na mesma procura da tal felicidade. Algumas vezes pensou em se jogar, outras vezes apenas pensou em cortar os pulsos, tomar alguns vidros de comprimidos com bebida ou se jogar na frente de algum carro. Depois desejava que alguém morresse. E de forma cruel e lenta e dolorosa e maquiavélica e torturante. E achava que era pecado e pensava em morrer novamente, mas também era pecado. Mas só pensava, e ria dos desejos mórbidos. Resolveu viver apenas, deixou as coisas irem acontecendo. E passou a olhar mais a sua volta. E até pode sorrir as vezes apesar de alguma dor. A felicidade é só um cheiro... Ela vem, eu sinto, até quase posso tocar, mas ela vai, num ciclo... e volta... As vezes vem mansinha, as vezes chega como uma tempestade e vai e volta e vai... Suspira e volta a sorrir e olhando a vida pela janela. As vezes pensa que está louca, outras vezes quase tem certeza. E ri...

Hoje ela só quer um buquê de girassóis numa tarde qualquer com um bilhete anônimo: Goste de você. Goste muito de você. Ame você.

E foi feliz até o próximo momento...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Pare o mundo! Eu quero descer.

Foto: Cortesia Greenpeace


Porque você tá mexendo no lixo? “Não tô mexendo, tô separando porque fica fácil reciclar pra não destruir a coisa que protege agente do sol, aí o gelo não derrete e os ursos lá do pólo norte não vão morrer”...
A questão não são os ursos, ou o lixo, ou o chorume, ou a ‘coisa que protege agente’. A questão somos nós. Nós que nos acomodamos e que sempre escolhermos o meio mais fácil de lidar com as coisas. Todo aquele papo de vida ambiental, desmatamento e efeito estufa já ta mais que maçante, mas não perde a importância. Desde que me entendo por gente escuto falar nisso, escuto sobre a porcentagem de lixo produzido por pessoa e sobre coleta seletiva, sobre reciclar papel molhado na peneira e sobre plantar árvores, mas todo mundo sabe que não é fácil. Com tantas coisas para fazer em um dia que parece pequeno, com tantas filas para enfrentar e contas para se preocupar, os ursos lá do pólo norte e todos os outros na mesma situação acabam ficando para segundo, ou até terceiro plano. Tirar um tempo para separar o lixo, se preocupar com a árvore do outro lado da rua, ter um pouco mais de paciência com os gatos brigando no telhado ou ir trabalhar de ônibus e deixar o carro em casa exigem de nós certo esforço que nem todo mundo está disposto a ceder. O mínimo que temos que fazer é nos responsabilizar pelo que produzimos e evitar a poluição impedindo que resíduos de alimentos se misturem com sucata e facilitando assim o reaproveitamento destas. Até porque isso não diz respeito somente a nós, seres humanos, ‘racionais’ e heterótrofos. Nossa falta de compromisso e ‘agenda ocupada’ já atingiu o Pau-Brasil, o elefante indiano, a baleia azul, a jaguatirica, o leopardo, o panda gigante, a víbora cornuda, a tartaruga marinha, o dragão de komodo, a rolinha, a onça pintada, o urso polar , o gato vermelho, a arara vermelha, o gato do mato, o lobo vermelho, o antílope tibetano e outras inúmeras espécies que não tiveram sequer uma chance.
Desculpem a conversa ‘chata’, mas é que tem hora que dá vontade de pedir ao mundo que aceite de volta o bilhete de entrada.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Postando para comemorar o Solstício de Inverno! xD
Quando Smalia enlouqueceu
Pôs-se na torre a sonhar
Viu uma lua no céu
Viu uma lua no mar


No sonho em que se perdeu
Banhou-se toda em luar
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar


E no desvário desceu
Na torre pôs-se a cantar
Estava perto do céu
Estava longe do mar


E como um anjo se pendeu
As asas para voar
Queria a lua do céu
Queria a lua do mar


As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par
Sua alma subiu ao céu
Seu corpo desceu ao mar

terça-feira, 17 de junho de 2008

Quem nunca sentiu vontade de ir embora?

Vontade de mudar, de sair, de inovar. Voltando para casa há poucas horas atrás foi esse o único pensamento que me ocorreu e afastou todas as outras idéias que perambulavam por aqui. Não que minha casa seja ruim, ou chata, ou digna de qualquer outro adjetivo semelhante, o problema sou eu e essa minha necessidade desumana de mudar sempre, essa necessidade instintiva que não incomoda, mas ocupa maior parte dos meus pensamentos e suborna livremente as idéias, oferecendo bisnaguinhas Seven Boys e suco de laranja (e as elas aceitam com uma facilidade incrível). Não estou me lamentando ou reclamando, não gosto disso, só estou enfatizando o que eu sempre achei ser normal e só agora eu vi que não é, só agora eu vi que é perfeitamente possível mudar quando se trata de nós mesmos, mas mudar algo que depende mais de uma outra pessoa, torna a mudança mais difícil. E se a outra pessoa não quer, por que eu hei de querer?
Só sei que mudar dá trabalho, cansa, tira o sossego e assusta, mas significa evoluir.

Ensaio sobre a loucura...

"Os homens são tão necessariamente loucos que não ser louco seria uma outra forma de loucura. Necessariamente porque o dualismo existencial torna sua situação impossível, um dilema torturante. Louco porque tudo o que o homem faz em seu mundo simbólico é procurar negar e superar sua sorte grotesca. Literalmente entrega-se a um esquecimento cego através de jogos sociais, truques psicológicos, preocupações pessoais tão distantes da realidade de sua condição que são formas de loucura - loucura assumida, loucura compartilhada, loucura disfarçada e dignificada, mas de qualquer maneira, loucura."

Ernest Becker - A negação da morte



"Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável."
Caio Fernando Abreu


sexta-feira, 13 de junho de 2008

Valorize as coisas simples


Às vezes me pego apreciando algo tão simples e bobo quanto... (puts, como eh difícil pensar em algo simples e bobo de fazer, nem a Marilene-Sama lembrou @___@), prosseguindo, algo como enfiar a mão num saco de grãos O__O (coisas de Amelie Poulain), ou particularmente viajar ouvindo o som do ranger da madeira... eh, isso mesmo, eu escuto e GOSTO, me faz sentir dentro de um barco em alto mar, literalmente viajando ^^, gosto também de morder levemente aqueles “melzinhos” pra desfigurar o plástico fazendo aparecer uma bolota, parecendo uma barrigona O__O (se vc já fez vc vai entender) aí, com o tempo, o plástico estoura e o mel escorre lentamente pela minha língua, aaaah... *deleite* ... E isso é o que importa, coisas que nem fazem muito sentido, que nem tomam seu tempo, mas que de certa forma te desestressam e te coloca no eixo AUSHAUSHAUHSUAHUHU’
Tah, agora vamos pensar o contrário, por exemplo, eu ODEIO que minha meia fique entre meus dedos quando calço um tênis, poooow... isso incomoda, é motivo de acabar com meu humor :/ E como não sou muito diferente de você, que tem sentimentos, sei que a sua pessoa também tem algumas loucuras dessas (ou sanidades), se não tem, deveria ter. Conclusão, o que eu quero dizer é que há tantos pequenos prazeres diferentes, que nem nos damos conta da “felicidade” que eles nos proporcionam, e por que não ser feliz, mesmo sendo um pouco ridículo?

Coisas que acontecem

Coisas que acontecem numa sexta feira 13...

Eu morrendo de dor de cabeça a 3 dias, na recepção do sindicato, navegando sem rumo na net acho o "Pérolas do Orkut" (ótimo pra quem não tem nada pra fazer e quer amaldiçoar a inclusão digital e quer ver se tem limite a ridicularização humana)... de repente eu acho uma foto de uma postagem no orkut:



Eu até tentei entender qual música era, antes de ler os comentários seguintes e sem nem reparar qual comunidade era, lendo em voz média (porque estava trabalhando - ou pelo menos deveria estar...) quando percebi que música era... Crise de riso... e sem conseguir parar... Chicken-Mafagafo-San foi testemunha... Eu chorei!!! E o povo passando pela recepção sem entender... e a gente repetindo: Ueca tudi diangooooo...

Maldita inclusão digital!

(Postagem clonada - Eloquência/Simulacro... porque merece... rs)

SEXTA FEIRA 13



Todo o azar de hoje será culpa de escadas, gatos pretos, corujas...


Alguém pode me dar um gato preto de presente? Preciso batizá-lo de Orion... é um sonho antigo [drama mode ON]

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Amores (im)perfeitos


Amor-perfeito...

Tenho uma certa birra dessa época do ano, cheia de coraçõezinhos melosos, frases "românticas" e declarações de "amor", um clima cor-de-rosa (ecaaaaaaaaaa) no ar... Tudo por conta de cifras, comércio, competitividade...
Pouquissimos casais que conheço ainda sabem o que é um dia dos namorados (que deveria ser todo dia, todo dia é dia de namorar), sabem o que é um namoro, o que é o amor (se é que alguém sabe...).
Numa época em que o amor é brega e que o interessante é "colecionar pessoas" e relações, num tempo de relacionamentos descartáveis, me dá mais cansaço ainda olhar o desespero de algumas pessoas em comprar um presente para o "seu amor"... Como se isso compensasse, lavasse a alma e a consciência por qualquer motivo...
Não sou rabugenta, mal humorada nem pessimista... Apenas não sou hipócrita... Adoro sim um chamego, beijos, abraços, carinhos, andar de mãos dadas, conversar tatibitate, ficar sentado agarradinho, dormir de conchinha, essas coisas comuns e gostosinhas que se perderam, e parece que não foi só na minha vida... é uma "epidemia".. quase todo mundo perdeu...
Me lembrei agora de uma frase do Caio Fernando Abreu...

"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha. Amizade também. Toda forma de amor"


Apesar de dura, eu gosto dessa frase (ele tem frases piores mas que são ótimas sobre o amor... rs).
Será que é só uma falta de cultivo? De cuidado?
Meu jardim tá as moscas... e acho que ultimamente nem elas visitam...



Ah... a postagem é igual no Simulacro Verossímil também... Falta de criatividade, preguiça ou mesmo uma consequência desse climinha clichê de vitrines vermelhas e cor-de-rosa e beijinhos e anjinhos-cupidos e altas cifras no comércio...

terça-feira, 10 de junho de 2008

É preciso manter o caos










Cause o caos!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pudor...

Essa postagem do Chicken-Mafagafo-San me fez lembrar do texto do Veríssimo que foi comentado pela Stef-Gansa-Shinigami no Simulacro Verossímil... Como não foi postado lá e eu não tenho nada melhor pra falar, posto o texto aqui...


Pudor
Luís Fernando Veríssimo
Certas palavras nos dão a impressão de que voam, ao saírem da boca. "Sílfide", por exemplo. É dizer "Sílfide" e ficar vendo suas evoluções no ar, como as de uma borboleta. Não tem nada a ver com o que a palavra significa. "Sílfide", eu sei, é o feminino de "silfo", o espírito do ar, e quer mesmo dizer uma coisa diáfana, leve, borboleteante. Mas experimente dizer "silfo". Não voou, certo? Ao contrário da sua mulher, "silfo" não voa. Tem o alcance máximo de uma cuspida. "Silfo", zupt, plof. A própria palavra "borboleta" não voa, ou voa mal. Bate as asas, tenta se manter aérea mas choca-se contra a parede. Sempre achei que a palavra mais bonita da língua portuguesa é "sobrancelha". Esta não voa mas paira no ar, como a neblina das manhãs até ser desmanchada pelo sol. Já a terrível palavra "seborréia" escorre pelos cantos da boca e pinga no tapete.
"Trilhão" era uma palavra pouco usada, antigamente. Uma pessoa podia nascer e morrer sem jamais ouvir a palavra "trilhão", ou só ouvi-la em vagas especulações sobre as estrelas do Universo. O "trilhão" ficava um pouco antes do infinito. Dizia-se "trilhão" em vez de se dizer "incalculável" ou "sei lá". Certa vez (autobiografia) tive de responder a uma questão de Geografia no colégio. Naquele tempo, a pior coisa do mundo era ser chamado a responder qualquer coisa no colégio. De pé, na frente dos outros e — o pior de tudo — em voz alta. Depois descobri que existem coisas piores, como a miséria, a morte e a comida inglesa. Mas naquela época o pior era aquilo. "Senhor Veríssimo!" Era eu. Era irremediavelmente eu. "Responda, qual é a população da China?" Eu não sabia. Estava de pé, na frente dos outros, e tinha que dizer em voz alta o que não sabia. Qual era a população da China? Com alguma presença de espírito eu poderia dizer: "A senhora quer dizer neste exato momento?", dando a entender que, como o que mais acontece na China é nascer gente, uma resposta exata seria impossível. Mas meu espírito não estava ali. Meu espírito ainda estava em casa, dormindo. "Então, senhor Veríssimo qual é a população da China?" E eu respondi:
— Numerosa.
Ganhei zero, claro. Mas "trilhão", entende, era sinônimo de "numeroso". Não era um número, era uma generalização. Você dizia "trilhão" e a palavra subia como um balão desamarrado, não dava tempo nem para ver a sua cor. E hoje não passa dia em que não se ouve falar em trilhões. O "trilhão" vai, aos poucos, se tornando nosso íntimo. É o mais novo personagem da nossa aflição. Quantos zeros tem um trilhão? Doze, acertei? Se os zeros fossem pneus, o trilhão seria uma jamanta daquelas de carregar gerador para usina atômica parada. Felizmente vem aí uma reforma e outra moeda, com menos zeros e mais respeito. Se não chegaríamos à desmoralização completa.
— E o troco do meu tri?
— Serve uma bala?
Desconfio que o que apressará a reforma é a iminência do quatrilhão. "Quatrilhão" é pior que "seborréia". Depois de dizer "quatrilhão" você tem que pular para trás, senão ele esmaga os seus pés. E "quatrilhão" não é como, por exemplo, "otorrino", que cai no chão e corre para um canto. "Quatrilhão" cai, pesadamente, no chão e fica. Você tenta juntar a palavra do chão e ela quebra. Tenta remontá-la fica "trãoliqua" e sobra o agá. A mente humana, ou pelo menos a mente brasileira, não está preparada para o "quatrillião". As futuras gerações precisam ser protegidas do "quatrilhão". As reformas monetárias, quando vêm, são sempre para acomodar as máquinas calculadoras e o nosso senso do ridículo, já que caem os zeros mas nada, realmente, muda. A próxima reforma seria a primeira motivada, também, por um pudor lingüístico. No momento em que o "quatrilhão" se instalasse no nosso vocabulário cotidiano, mesmo que fosse só para descrever a dívida interna, alguma coisa se romperia na alma brasileira. Seria o caos.
E "caos", você sabe. É uma palavra chiclé-balão. Pode explodir na nossa cara.




Por isso eu disse que amo o CAOS... ploft!



sábado, 7 de junho de 2008

Mania de Explicação

Tah... eu sei, eh mesmo grande o texto, mas vale a pena ler =P

Era uma vez uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa, explicação é uma frase que se acha mais importante que a palavra.
Ela achava o mundo do lado de fora um pouquinho complicado, se cada um simplificasse as coisas o mundo podia ser mais fácil, ela pensava. Então tentava simplificar o mundo dentro de sua cabeça.
Simplificar é quando em vez de pensar em 4/8. A pessoa pensa logo em ½.
Um meio, quando é escrito em números, sempre quer dizer metade. Mas quando escrito em letras, pode também querer dizer "um jeito".
Existem vários jeitos de entender o mundo. Ela tentava explicar de um jeito que ele ficasse mais bonito. “Essa menina pensa que é filosofa” as pessoas falavam.
Filósofo é quem, em vez de ver televisão, prefere ficar pensando pensamentos.
De tanto que a menina explicava, as pessoas às vezes se irritavam (irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio do seu peito). E terminavam indo embora, deixando a menina lá, explicando sozinha.
Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando mesmo sem autorização o seu pensamento representa um capitulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro da sua cabeça.
Angustia é um nó muito apertado bem no meio do seu sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair do seu pensamento.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Cismar é quando o desejo quer aquilo apesar de tudo.
Apesar é uma dificuldade que não é grande o suficiente.
Dificuldade é a parte que vem antes do sucesso.
Sucesso é quando você faz o que sabe fazer só que todo mundo percebe.
Antes é uma lagarta que ainda não virou borboleta.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e para.
Intuição é quando o seu coração dá um pulinho no futuro e volta.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Vaidade é um espelho em todas os lugares ao mesmo tempo.
Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta o seu coração.
Alegria é um bloco de carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta para os outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que poderia ter feito diferente, mas geralmente não podia.
Perdão é quando o natal acontece em maio, por exemplo:
Exemplo é quando a explicação não vai direto ao assunto.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Beijo é um carinho que serve para mostrar que a gente gosta daquilo.
Gostar é quando acontece uma festa de aniversário no seu peito.
Amor é um gostar que não diminui de um aniversario para outro. Não, amor é um exagero...Também não. É um desodoro...Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar. A menina.
~~Adriana Falcão~~

Acho que todos nós temos um pouco dessa menina em nós! A Mafagafa (=Chrika) intaum nem se conta, adora explicar as coisas, porém muitas das vezes precisamos de uma menina dessas perto da gente pra nos ajudar a entender as complexidades da vida^^... tah, vou dechar de ser prolixo e acabar por aki!

Prolixo eh quando a pessoa não tem mais nada pra falar e mesmo assim fik enchendo linguiça!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Apenas um roubo...

Pois é...
A idéia de um blog era minha, mas o nome eloquente era do Chicken-San... Na verdade era meio a meio... Pois ele gostava de eloquência, e eu do caos...
Aproveitando-me estrategicamente de uma ausência, e usando de toda a minha astúcia, criei o blog sem dar chances dele sequer tentar escrever... hehehehe
Sim.. Sou compulsiva, megalomaníaca e egocentrica... rs
Além de tudo sou Dragão de Fogo... Precisa de mais explicações?

Aliás... como não poderia deixar de ser... a explicação do nome:

Eloquência:
do Latim eloquentia

s. f.,
faculdade de falar de tal modo que se consegue dominar e empolgar o auditório;
talento de persuadir, de deleitar ou comover, falando;
arte de bem falar;
facúndia;
parte da retórica que trata da arte de falar.


Caos:
do Grego kháos

s. m.,
confusão de todos os elementos,
antes de se formar o mundo;
grande desordem;
babel;
balbúrdia.

Acho que por aí se explica o porquê de eu ter preferido o caos.. rs

Ah... visual provisório.. em casa eu procuro umas imagens bacanas pra reestruturar o blog...